Projeto Raízes da Gente

Projeto Raízes da Gente
Projeto Raízes da Gente - Cantagalo: 200 anos fazendo história e cultivando valoreCantagalo traz em seu nome a história de sua fundação. Vilarejo que cresceu sinuoso com as lavras de ouro em um riacho, cercado de lendas e disputas. Vila que assentou e expandiu entre os limites da mata selvagem e a riqueza do café. Cidade lapidada por seus 200 anos de história. Em nossa cidade há muitos ingredientes diferentes que conferem à sua gente e à sua história matizes de cores, sabores, sons, letras e ciência. A riqueza dos barões, que edificou o precioso patrimônio das fazendas de café, através da lida do povo negro, trazido para nossa região como escravos. As várias levas de imigração, que trouxeram os suíços, os libaneses, os italianos... acrescentando inúmeros traços à cultura local e à feição do nosso povo. Personalidades da Literatura e das Ciências, como Euclides da Cunha, Rodolpho Albino e Chapot Prevost, nasceram em nosso solo e, como nós, são raízes na mesma história. Assim como eles, cada pessoa que nasceu ou escolheu Cantagalo como sua terra, finca raízes, constrói a história e frutifica vivência e saberes.

segunda-feira, 2 de março de 2009

REDESCOBRINDO A TERRA

















Desenvolvimento: Fabiana Corrêa
Disciplina: Biologia
Série de aplicação: 9º ano do Ensino Fundamental


“100 anos sem Euclides da Cunha” - Redescobrindo a Terra

Leia atentamente os trechos abaixo, transcritos do livro “Os sertões”, de Euclides da Cunha.



Trecho I

“(...) É uma paragem impressionadora.
(...)
As forças que trabalham a terra atacam-se na contextura íntima e na superfície, sem intervalos na ação demolidora, substituindo-se com intercadência interminável, nas duas estações únicas da região.
Dissociam-se nos verões queimosos; degradam-na nos invernos torrenciais. (...)”

Trecho II

“(...) Varada a estreita faixa de cerrados, que perlogam aquele último rio, está-se em pleno agreste, no dizer expressivo dos matutos: arbúsculos quase sem pega sobre a terra escassa, enredados de esgalhos de onde se inropem, solitários, ceréus rígidos e silentes, dando ao conjunto a aparência de uma margem de desertos. (...)”
arbúsculos: arbustos minúsculos enredados: entrelaçados
esgalhos: galhos tortuosos ceréus: tipo de cáctus
silenes: silenciosos

Trecho III

“(...) Ao passo que a caatinga o afoga; abrevia-lhe o olhar, agride-o, estonteia-o, enlaça-o na trama espinescente e não o atrai, repulsa-o com as folhas urticantes, com os espinhos, com os gravetos estalados em lanças; e desdobra-se-lhe na frente léguas e léguas, imutável no aspecto desolado: árvores sem folhas, de galhos estorcidos e secos, revoltos, entrecruzados, apontando rijamente no espaço, ou estirando flexuosos pelo solo, lembrando um bracejar imenso, de tortura, da flora agonizante....”
espinescente: cheio de espinhos
urticante: que produz ardor, irritação na pele



ATIVIDADES

1- Em uma primeira leitura, o texto denso e ricamente elaborado produzido por Euclides da Cunha pode afastar os leitores menos atentos e não afeitos a um desafio. No entanto, mergulhar em suas construções literárias equivale a uma transposição ao ambiente por ele descrito. Como você é um bom leitor, este é o seu desafio: traduzir em novas palavras e imagens os trechos transcritos acima.





Reescreva, com suas palavras, cada um dos trechos acima nas folhas recebidas e, em seguida, o ilustre, de acordo com as imagens que lhe foram sugeridas pela leitura.





Algumas das ilustrações produzidas pelos alunos encontram-se acima.

2- De acordo com a leitura realizada, e a atividade que acabou de fazer, responda as questões abaixo:

a) Você consegue “visualizar” o ambiente físico descrito por Euclides da Cunha? Por quê?
b) A qual região geográfica o texto se refere?
c) Enumere 5 elementos do texto que permitem confirmar a resposta da questão anterior.
d) As condições atuais deste ambiente são as mesmas que as descritas por Euclides da Cunha? Justifique.



Observações:
- Os alunos fizeram uma leitura preliminar do texto, apresentando dificuldade na sua compreensão. Desta forma, foi feita uma leitura coletiva onde as particularidades da linguagem e das expressões foram exploradas de forma a conduzir o aluno a um entendimento melhor do texto e da proposta de trabalho.
- Neste momento os alunos foram estimulados, também, a verbalizar suas primeiras impressões sobre o texto. Uma aluna considerou que a linguagem usada por Euclides da Cunha era ”poética e metafórica para apresentar a terra” (como no trecho “ao passo que a caatinga o afoga...”).

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