Projeto Raízes da Gente

Projeto Raízes da Gente
Projeto Raízes da Gente - Cantagalo: 200 anos fazendo história e cultivando valoreCantagalo traz em seu nome a história de sua fundação. Vilarejo que cresceu sinuoso com as lavras de ouro em um riacho, cercado de lendas e disputas. Vila que assentou e expandiu entre os limites da mata selvagem e a riqueza do café. Cidade lapidada por seus 200 anos de história. Em nossa cidade há muitos ingredientes diferentes que conferem à sua gente e à sua história matizes de cores, sabores, sons, letras e ciência. A riqueza dos barões, que edificou o precioso patrimônio das fazendas de café, através da lida do povo negro, trazido para nossa região como escravos. As várias levas de imigração, que trouxeram os suíços, os libaneses, os italianos... acrescentando inúmeros traços à cultura local e à feição do nosso povo. Personalidades da Literatura e das Ciências, como Euclides da Cunha, Rodolpho Albino e Chapot Prevost, nasceram em nosso solo e, como nós, são raízes na mesma história. Assim como eles, cada pessoa que nasceu ou escolheu Cantagalo como sua terra, finca raízes, constrói a história e frutifica vivência e saberes.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Seringueiros - Luta e Sobrevivência

Seringueiros – vida e sobrevivência

A apresentação do trabalho: Seringueiros – luta e sobrevivência, refere-se à vida dos seringueiros, de onde eles partiram, porque eles foram para a Amazônia e por onde começaram o trabalho.
Os textos lidos, extraídos de “À Margem da História”, de Euclides Da Cunha nos revelam detalhes da situação, principalmente a laboral dos extrativistas de borracha no início do século XX.
A partir dos textos, percebemos as dificuldades dos seringueiros, com seu trabalho sendo pouco ou nada recompensado. Devemos considerar, ainda, que muitas das vezes o seringueiro tinham que pagar para exercer a profissão, que o escravizava. Completando o cenário, seu ofício era praticado isoladamente sem qualquer auxílio ou companhia, em isolamento.
O texto “Judas Ahsverus” ( in “À Margem da História”, Euclides da Cunha) retrata a personificação do ódio que o seringueiro tinha de sua imagem. Através do Judas, boneco artesanal, era descarregada toda a fúria que o seringueiro detinha pelo seu sacrifício nada notado ou reconhecido, a não ser por ele mesmo.
Transpondo os textos euclidianos para épocas mais recentes, temos que reconhecer a importância de Chico Mendes, um protetor da floresta e do ofício dos seringueiros , se assim podemos chamá-lo. Ele era filho de seringueiro e aprendeu a profissão observando seu pai em saídas pela mata. Defendendo uma causa nobre e que requeria muita cautela, Chico Mendes ousou desafiar madeireiros, pecuaristas, e políticos, pondo sua vida em risco. Chico defendia a exploração dos recursos florestas , mas sem que se destruísse a floresta. A visão se Chico não era aquela de “super-proteção florestal”, mas sim a utilização dos recursos naturais com manejo sustentável, inserindo o homem neste contexto e lutando pela melhoria da qualidade de vida e reconhecimento dos povos da floresta (principalmente dos seringueiros)..
O assassinato de Chico Mendes abalou o mundo e chamou a atenção de todos para a situação vivenciada pelo povo amazônico. Este “povo”, que era um dos sentidos da causa de Chico Mendes, algum tempo depois passou a ter uma nova aliada, considerada, por muitos, sucessora de Chico Mendes. Marina Silva, ex-Ministra do Meio Ambiente, perpetua a defesa dos interesses de Chico Mendes, que são os interesses da floresta, de seu povo – o que não deixa de ser de interesse de todo povo genuinamente brasileiro.
Desta forma, embora separados por quase um século, Euclides da Cunha, Chico Mendes e Marina Silva se irmanam na preocupação em dar voz à realidade do seringueiro, “um homem que trabalha para escravizar-se”.


Texto elaborado pelos alunos Emmanuel Ribeiro e Tulio Falcão, do 3º ano do Ensino Médio,
complementando a apresentação do trabalho “Seringueiros – luta e sobrevivência”, apresentado no II Seminário sobre Questões Ambientais – Verdes Caminhos de Euclides da Cunha, no Colégio Euclides da Cunha, junho de 2009.

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